A Polícia Federal (PF) investigou desvios em contratos que somam R$ 2 bilhões em verbas destinadas ao combate ao coronavírus. Foram cerca de 51 operações entre abril e outubro, partindo de 18 Estados, com 131 prisões e 922 mandados de busca e apreensão. As ações envolvendo a Covid-19 representaram um terço de todo o trabalho da PF contra a corrupção nos últimos seis meses.

A primeira ocorreu em abril, depois disso, foi uma avalanche de notícias sobre o mau uso de verbas para a compra de equipamentos para a área da saúde.

Para o coordenador-geral de Repressão à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro da PF, delegado Thiago Machado Delabary, a ganância dos criminosos não chega a surpreender, mas se destaca pelo que representa em tempos de pandemia.

Os nomes das operações traduzem parte do sentimento de indignação de quem vê o dinheiro destinado a salvar vidas sendo embolsado por criminosos: Cobiça Fatal, Máscara de Ferro, Desumano e Falsa Esperança são alguns exemplos.

Das 51 operações, duas foram no RS: Camilo e Camilo 2ª Fase. Uma organização social (OS) foi contratada para administrar serviços para o Hospital Regional do Vale do Rio Pardo. A apuração revelou que a OS subcontratou empresas que serviriam para concretizar o desvio de dinheiro público. O prejuízo estimado é de cerca de R$ 15 milhões.