Três linhagens diferentes de Covid já circularam na região
Variações: B.1.1.314, B.1.1.119 e B.1.1.28 foram registradas em Santa Rosa, Três de Maio e Giruá.
Publicado em 27/02/2021 02h56 - Atualizado há 3 anos - de leitura
Dados divulgados nesta sexta-feira (26 de fevereiro) pelo Boletim Genômico da Secretaria de Saúde do RS, do quais o Jornal Noroeste teve acesso, apontam que a Região da Fronteira Noroeste Santa Rosa já apresenta pelo menos três linhagens/ variantes do Coronavírus. Em três municípios foram identificados o B.1.1.314(em Três de Maio), B.1.1.119(Santa Rosa e Giruá) e o B.1.1.28 (Santa Rosa). Já o Estado do RS, desde março do ano passado, já apresentou 306 genomas e 17 linhagens diferentes circulando.
Das linhagens identificadas na Região da Fronteira Noroeste, apenas uma está nas mais frequentes registradas em território brasileiro, a B.1.1.28. . Já a nível de Estado do RS, as linhagens mais frequentes no estado foram as mesmas também identificadas no restante do Brasil: B.1.1.33, B.1.1.28.
Segundo o coordenador Regional de Saúde, Anselmo Loureiro destacou que trata-se de estudo recente, que está agora em seu segundo boletim, mas tem uma importância muito grande para o serviço de saúde. “A avaliação detalhada da distribuição de diferentes linhagens em determinada região é fundamental para identificação de variações na transmissibilidade ou gravidade da doença, bem como para desenvolvimento de vacinas ou fármacos. Essas estratégias unem ciência e tecnologia a serviço da saúde da população”, afirmou Anselmo.
No documento, a Secretaria de Saúde destaca que as mutações entre os vírus são extremamente frequentes e, de forma geral, uma mutação não representa uma alteração no comportamento ou na ação do vírus. As diferentes linhagens de vírus são identificadas pelas combinações entre as mutações que permanecem ao longo do tempo; quando afirmamos que dois vírus pertencem à mesma linhagem, significa que há um ancestral em comum entre eles.
MAIS SOBRE O ESTUDO:
Segundo o relatório, a amostragem por conveniência não permite extrapolar a frequência com a real proporção das linhagens na população. Entretanto, é um teste que permite afirmar que as linhagens identificadas estão em circulação no estado do Rio Grande do Sul. Na Figura 4, os municípios que tiveram amostras com dados do município de residência estão assinalados.
O Laboratório Central do estado do Rio Grande do Sul já enviou pelo menos 250 amostras para a Rede Genômica da Fiocruz e foram identificadas mais de 17 linhagens diferentes. Conforme dados da Rede Genômica da Fiocruz, a linhagem mais frequente no território brasileiro é B.1.1.33, seguida da linhagem B.1.1.28 (Figura 1).
Avaliando a distribuição proporcional nas diferentes regiões do país, é possível identificar o aparecimento da linhagem P1 e P2 no terceiro e quarto trimestre de 2020, como é possível identificar na Figura 2. Dentre as mutações presentes nessas linhagens podemos citar: K417N, E484K, N501Y. A avaliação detalhada da distribuição de diferentes linhagens em determinada região é fundamental para identificação de variações na transmissibilidade ou gravidade da doença, bem como para desenvolvimento de vacinas ou fármacos. Essas estratégias unem ciência e tecnologia a serviço da saúde da população.
No Brasil
Já no Brasil, uma nova linhagem, caracterizada por até cinco mutações, foi identificada pela primeira vez em amostras do Estado do Rio de Janeiro e apresentada por no final do mês de dezembro de 2020.
Segundo a equipe, a cepa derivou de outra variante que circulava no país, a B.1.1.28, originada na Europa. Os dois casos dispararam o alarme de que tais mutações possam dar mais poderes ao SARS-CoV-2, por exemplo, favorecendo sua capacidade de transmissão ou a gravidade da infecção. Entretanto, segundo pesquisadores, até aqui não há evidências suficientes de que este cenário preocupante esteja acontecendo e nem que novas linhagens coloquem em risco a efetividade das vacinas contra a Covid-19.
No RS já foram identificadas 17 linhagens diferentes de Covid-19.
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