Para justificar gasto de R$ 2,3 milhões, CGU diz que Bolsonaro trabalhou na praia
Ministro Wagner Rosário afirmou que nas viagens para as praias de SC e SP o presidente “estava a trabalho”.
Publicado em 20/04/2021 16h07 - Atualizado há 3 anos - de leitura
O ministro-chefe da Controladoria Geral da União (CGU), Wagner Rosário, prestou esclarecimentos nesta terça-feira (20) na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados. Rosário falou sobre a viagem de fim de ano do presidente Jair Bolsonaro para as praias de Santa Catarina e São Paulo, justificando o gasto de R$ 2,3 milhões no período.
Aos parlamentares, o ministro afirmou que o chefe do Executivo não estava de férias entre 19 de dezembro e 4 de janeiro. Segundo ele, Bolsonaro “estava a trabalho no local fora do local costumeiro”.
Rosário acrescentou que Bolsonaro não passou o comando do país ao vice-presidente Hamilton Mourão e que seguiu trabalhando normalmente durante o período em que deixou o Palácio do Planalto, inclusive, assinando um decreto.
“O presidente da República despachou diariamente com todos seus ministros e assessores, também só nesse período, assinou um decreto, sete medidas provisórias e sancionou seis projetos de lei. Então, só por aí a gente entende que o presidente da República não estava de férias, ele estava a trabalho no local fora do local costumeiro, onde ele realiza as suas atividades”, explicou.
O ministro ainda disse aos membros da comissão que quem não estivesse satisfeito com a explicação que tentasse aprovar uma lei no Congresso “proibindo” o presidente de sair do Palácio do Planalto.
Rosário explicou que 70% dos gastos no cartão corporativo foram com hospedagem, já que, em razão da pandemia de Covid-19, os seguranças ficaram em quartos separados, o que fez com que a despesa dobrasse. No caso da aeronave usada para o deslocamento na viagem, que gerou uma despesa de cerca de R$ 1,2 milhão, a CGU justifica que o recurso seria gasto mesmo com o avião parado.
“São gastos que seriam realizados com ou sem a viagem se nós olharmos praticamente a aeronave presidencial ela tem que decolar dia sim, dia não, pra fins de manutenção, disse Rosário.
As despesas questionadas pela comissão são relativas às idas de Bolsonaro a São Francisco do Sul, no litoral catarinense, entre os dias 19 e 23 de dezembro, e ao Guarujá, no litoral paulista, entre os dias 28 de dezembro e 4 de janeiro. O presidente foi alvo de fortes críticas pela realização da viagem em meio ao agravamento da pandemia e por promover aglomerações.
O ministro-chefe da CGU negou qualquer irregularidade nas viagens. De acordo com Rosário, como existe um órgão de controle interno responsável pela fiscalização do Presidência da República, este pode apontar qualquer divergência, bem como o Tribunal de Contas da União (TCU).
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