Blog Voice, por Eunice Arsand
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Alfabeto Tereza Guberovich

Publicado em 16/01/2021 10h25 - Atualizado há 3 anos - de leitura

Mulher forte e cheia de inspiração, Tereza Guberovich é Psicóloga,  mãe de Jorge 28 anos e Leonardo 23 anos. Sua mente vibra com os melhores sentimentos de verdade, propósitos e batalhas. 

Trabalha como Psicóloga, na Clinica Hermann desde 2004. A Clínica  foi fundada pelo nosso saudoso Dr. Rainer Hermann (in memoriam), com o objetivo de ser um espaço de atendimento, acolhimento e estudo das questões psicológicas e psiquiátricas. Especializada em Avaliação Psicológica: Neuropsicológica, Forense e Clínica. 

Tere, como é carinhosamente chamada afirma: “As alegrias na profissão chegam com o resultado do nosso trabalho. Quando um paciente encontra o equilíbrio emocional para suas questões, quando numa avaliação psicológica conseguimos descobrir as habilidades ou déficits nos processos cognitivos e assim trazer possibilidades de melhorar seu desenvolvimento profissional e pessoal, ou mesmo reabilitação cognitiva nos quadros de demências, traumas físicos ou AVC. Também sentimos o efeito do nosso trabalho nos processos criminais ou civil, na avaliação forense, quando conseguimos através do nosso trabalho que alguém conquiste sua liberdade de volta, ou mesmo que situações complexas sejam esclarecidas nos conflitos individuais e sociais, nas questões de saúde mental e criminais frente à justiça. 

Estamos vivendo tempos sombrios. No início da pandemia escrevi sobre a questão da angústia e do desamparo que a doença provoca. Espera-se dos governantes resolução para a situação, mas existe a necessidade de filtrar as informações e interpretações que estão disponíveis e que em muitos casos causa mais ansiedade que alivio. As mensagens contraditórias sobre isolamento provoca desorientação e as pessoas se sentem sem perspectiva.  Por se sentir desamparado que o sujeito tem a necessidade de nomear figuras reais para acalmar esse sentimento. Estamos condicionados aos fatores externos, por responsabilidade pessoal e imposição. A questão principal que nos afeta é a liberdade. A pergunta que todos se fazem há alguns meses é – quando isso vai acabar? – a resposta que não chega, só aumenta a incerteza sobre os próximos capítulos que serão obrigatoriamente vividos. A única certeza é a de que não somos mais os mesmos. Devemos considerar que houve uma mudança emocional e espiritual na forma como nos relacionamos. Somos um povo que demonstra a afetividade com muito contato físico, abraços, beijos, cumprimentamos com o aperto de mão. A pandemia nos conteve, nos tirou a proximidade. A morte se tornou presente demais, assusta, aumenta o desconforto e o custo emocional é alto. Assistimos nos últimos dias do ano que nosso superego introjetado nos lançou na recusa do isolamento e na ilusão de que o grupo de risco é outro, do qual não fazemos parte. Nos tornamos insensíveis aos mortos? 
Ano novo e as esperanças se renovam, assim diz a tradição. Mas em 2021 com a atualização das notícias sobre a pandemia me situo na frase de Fausto:

“Aí vindes outra vez, inquietas sombras.” A pandemia ainda assusta e a perspectiva é de que teremos mais alguns capítulos pela frente. Devemos dar atenção ao que já conhecemos e também ao que sabemos serem medidas efetivas para diminuir a transmissão. Na dimensão psicológica a Ilusão e negação são processos frequentes nessa situação que vivemos. A negação atrasa o processo de aceitação de que a realidade que conhecemos esta alterada. No momento em que aceitamos que a nossa realidade está alterada a esperança e a resiliência irá permitir que consigamos nos reinventar, sermos criativos para dar continuidade aos nossos projetos.  O esforço pessoal poderá ser de estabelecer nossa serenidade. Precisamos manter a nossa humanidade nos ritos, como o do luto. Porque é nesses ritos que a sociedade se reencontra consigo mesma. Como já escrevi em outro momento, estamos no mesmo barco e devemos fazer a nossa parte para que todos se sintam no mínimo confortáveis. As festas de fim de ano nos mostraram como uma parcela da sociedade tem a ilusão de que ela não faz parte do grupo de risco, vivem o individualismo, sem considerar a realidade. Outro fator importante é da realidade virtual. Chama a nossa atenção as relações virtuais que acontecem há algum tempo e que nesse momento foram normalizadas. Espero que seja breve essa forma de relação, pois os prejuízos a longo prazo são imensos. No nosso meio existe um grupo de pessoas que opta por se relacionar virtualmente: o sexo e o relacionamento afetivo virtual se tornou uma prática onde as pessoas não arriscam o encontro real, onde ela poderá se mostrar, onde o encontro muitas vezes imperfeito demonstra a humanidade, o afeto, onde a presença do outro tem um efeito diferente do virtual. 

Na relação virtual a pessoa pode encerrar a conversa com o famoso “vácuo” ou com o bloqueio, sem considerar o sentimento do outro. Na clínica e no noticiário vemos mulheres que denunciam que foram enganadas por pessoas que usaram da rede social para conquistar uma pessoa que cai em armadilhas, porque está carente, deprimida ou muitas vezes não consegue distinguir o sentimento de quem está do outro lado da tela. Pessoas que vivem um relacionamento vazio de sentido com várias pessoas ao mesmo tempo, onde se isentam da responsabilidade e do comprometimento que uma relação verdadeira e real provoca. 

A triste geração das pessoas frias emocionalmente onde quem se entrega primeiro corre o risco de ser abandonado por estar indo rápido demais. Os valores se inverteram e os intensos são os que mais sofrem. Em tempos de pandemia precisamos dessa forma de contato com as pessoas, mas ela deveria existir somente para suprir essa forma de comunicação neste momento onde o distanciamento é necessário, ou como uma forma de início de contato para que em seguida ocorra o encontro real. 
 

Outra questão que gostaria de destacar como profissional da neuropsicologia é o prejuízo cognitivo que as crianças podem ter com o isolamento. Sabemos que para se constituir psiquicamente, para desenvolver suas habilidades cognitivas, as crianças precisam da escola, do professor, do contato com os colegas e amigos. Em tempos de pandemia o ambiente da criança está restrito ao lar e aos pais. A exigência nesse momento é muito grande. Os pais precisam se organizar em suas profissões, precisam pensar no sustento da família e também estão responsáveis pelo acompanhamento da criança nos afazeres escolares. O professor precisou se reinventar, criar métodos de ensino e a criança precisou se adaptar nas novas formas de apresentação da aula e das relações. Devemos dar especial atenção para as crianças nesse momento, senão elas serão as maiores prejudicadas pela pandemia. As crianças precisam da brincadeira e do convívio social real para que sintomas como ansiedade, hiperatividade, apatia e desinteresse pelo estudo não prejudiquem o desenvolvimento psíquico e cognitivo. O saldo positivo desse momento em que vivemos é descobrir que somos um povo com muita resiliência. Precisamos manter acesa a chama da esperança de dias ainda melhores, sem máscaras, sem medo, com muito abraço, carinho e rodeados de pessoas que nos querem bem!

Junto com meus filhos sou fonte de inspiração. Meninos que me surpreendem pelas suas excentricidades mas com pontos em comum: bom caráter, lealdade, estudiosos, dedicados, educados e amorosos. Há dez anos, com a perda do meu marido Rainer que assumi a função de pai e mãe. Mas sabemos que o que transmitimos independe da presença física, então concluo que participei da construção da subjetividade de dois meninos que são minha fonte de inspiração e alegria. 
Minha personalidade é detalhista, curiosa, perfeccionista...Talvez por ser uma característica da profissão me prendo aos detalhes, ao fragmento, quando a intuição sobre algo não dito captura minha atenção, eu vou adiante. Não consigo deixar de lado. A curiosidade me leva para os assuntos mais diversos. Essa característica me lançou na literatura desde muito cedo. Passei a adolescência na biblioteca, com a cara enfiada nos livros, a imaginação e a fantasia me levando para os mais diversos mundos. Sou perfeccionista no meu trabalho e nas minhas relações. Sou exigente, e quem trabalha comigo logo percebe que deve dar o seu melhor.  

Minha legenda ou bula contém que sou muito objetiva, disciplinada, leal. Se eu disser que você pode contar comigo só quem pode mudar isso é você! Tenho uma das frases do boxe como lema: “Nunca abaixe a guarda.” Pode parecer exagero meu, mas sou assim, atenta a tudo o que acontece ao meu redor. Se estou em vantagem em algo, tenho absoluta consciência de que tudo pode mudar. Penso que devemos depositar toda a confiança em nós mesmos, ter disciplina, e nunca parar de procurar respostas para as dúvidas. É preciso entender que precisamos ser cautelosos para colher com sabedoria os frutos. Aprendi que a felicidade não é um objetivo a ser alcançado, é a consequência das nossas escolhas. Os amigos podem esperar de mim: apoio sem restrição. 

Não abro mão de fazer exercício físico. Atualmente musculação e Boxe. Mas já fiz Jiu Jitsu, Taekwondo, corrida... Escrever. Escrevo sobre tudo: um pensamento, uma decisão, crônicas. Preciso do escrito concreto para organizar as ideias ou mesmo para me situar num sentimento, numa decisão, para formar um conceito sobre algo! Escrever é um hábito que organiza minha vida. 
As alegrias e conquistas da minha vida são muitas. São os que acontecem na simplicidade dos elos sinceros, carinho, troca, reciprocidade. 

Conciliei como muitas mulheres: estudo, trabalho, maternidade... Faço parte do time de mulheres que se sentem vitoriosas pelas conquistas profissionais e pessoais. Poder contribuir na construção de uma família legal e contribuir na comunidade com nosso trabalho. Sempre me senti feliz em cozinhar para minha família e amigos. Cozinhar é um ato de dar amor. Adoro sentarmos juntos para comer e conversar. Me sinto muito feliz no convívio com meus filhos: com a ironia fina, a alegria e animação do Leonardo, o jeito calmo e atencioso do Jorge. Adoro ouvir do Leonardo que sou o sol que ilumina o dia dele. Eu sinto que essa frase tem um sentido maior do que parece”! 

Conheça um pouco mais de Tereza, através do seu dicionário. Ela adora e curte cozinhar, costurar, tocar violão, viajar, estudar, escrever, minhas amigas, minha família...Conviver com meus filhos, acompanhar suas vivências, ser o ponto de suporte e carinho na vida deles. 

A de Amém: palavra de afirmação e adesão pela espiritualidade nela contida.

B de Boxe: atividade física de alta intensidade. 

C de Conhecimento: transforma a vida das pessoas. 

D de Destino: o que segue uma lei natural; o que há de vir. 

E de Encanto: quando esse afeto comparece num projeto, numa pessoa, num sonho, o investimento que fazemos é sempre diferenciado. Também, quando perdemos o encanto em algo ou alguém não há o que conserte! 

F de Felicidade: palavra que define um estado de muita satisfação e que precisamos sentir para viver bem e nos esforçamos em repetir. 

G de Guberovich: sobrenome de origem cigana. 

H de hospitalidade: ato de acolher. Proporcionar bem estar para outra pessoa. 

I de Intuição: processo involuntário de conclusão sobre algo. 

J de Jorge: Jorge, meu filho!

K de know –how –  “saber fazer” - habilidade que se adquire pelo saber prático. 

L de Leonardo: Leonardo, meu filho. 

M de Maria: nome de minha amada irmã. Precisamos conversar todos os dias. Uma das pessoas mais importantes da minha vida.

N de Natureza: universo físico que devemos valorizar. 

O de Olhar: modo próprio de enxergar um assunto. 

P de Paixão: sentimento intenso que altera o comportamento.

Q de Quintal: lugar especial da nossa casa principalmente na infância. 

R de Resiliência: capacidade de se adaptar que se tornou especial neste momento das nossas vidas.

S de Saudade: mistura de sentimentos que define uma falta, uma perda, uma distância. 

T de Tempo: duração relativa das coisas. Num sentido poético eu digo que “o tempo é pai.”

U de União: ato de unir coisas diferentes com o objetivo de formar um todo. 

V de Violão: instrumento musical que produz um som que me captura totalmente. 

W de wi – fi : abreviação de Wireless Fidelity – não vivemos mais sem essa tecnologia. 

X de Xeque – mate: expressão que põe fim a uma partida de xadrez. Usada também no sentido figurado para encerrar algo. 

Y de Yu – Gi – Oh: animação japonesa muito presente na infância do Jorge. 

Z de Zelo: cuidado e preocupação que se dedica a alguém ou para algo.

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