De tudo um pouco
Publicado em 25/03/2022 15h39 - Atualizado há 2 anos - de leitura
De tudo um pouco
Neste domingo (27) acontece a premiação do Oscar, e se você gosta de cinema preste atenção em dois filmes: o japonês “Dirija meu carro” e o britânico “Belfast”. Fique de olho quando eles aparecerem no cinema da cidade.
O primeiro trata de pessoas que experimentam traumas dolorosos em suas vidas, mas que precisam seguir em frente. O segundo, o confronto entre católicos e protestantes na Irlanda da década de 60 visto pelos olhos de uma criança. Dois filmes de extrema sensibilidade. Na minha opinião, são imperdíveis.
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Na vizinha província de Misiones alguns prefeitos (os intendentes) estão se mobilizando para incrementar o turismo após a abertura das fronteiras. Este foi um dos setores mais atingidos pela pandemia, e lá o turismo é parte importante da economia. Aqui no Rio Grande nada se fala a respeito e acho que estamos perdendo tempo. Às vezes o Rio Grande dá a impressão de estar sempre atrasado em questões fundamentais. Pois estes prefeitos querem retomar (e estimular) o turismo que envolve a rota missioneira (Brasil, Argentina, Paraguai, Bolívia, Uruguai). O período histórico das Missões Jesuíticas foi tão importante que, falando sinceramente, é impossível entender a nossa história (especialmente a do Rio Grande) sem compreender o que aconteceu naquela época. A rota atrai turistas, e também traz para a região inúmeros europeus que sabem que a existência das Missões alterou muito a vida da Europa. O interesse dos europeus por esta história (e pelos rastros deixados pelos jesuítas e indígenas) é muito grande.
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Na cidade de Chapada, perto de Palmeira das Missões, ocorreu a primeira morte provocada por dengue neste ano. É isso mesmo, tchê! Se a ameaça do coronavírus ainda existe, temos também esta batalha que continua, quase interminável. Já vi manifestações do pessoal da Secretaria da Saúde aqui de Santa Rosa, que intensificou sua campanha, e devemos bater forte nesta tecla (usando um velho clichê). É difícil aceitar que, em pleno 2022, ainda estejamos lutando contra água no vaso de flores ou nos pneus jogados no pátio.
A dengue pode matar, sim. No que estamos falhando?
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Com a briga na Ucrânia, surgiram as sanções econômicas contra a Rússia, como sabemos. Mas quando falamos de bloqueios ninguém lembra que o Brasil se modernizou justamente por causa de um bloqueio ocorrido em 1806.
Veja que coisa curiosa. Napoleão mandava e desmandava na Europa e decretou bloqueio contra a Inglaterra (inimiga da França e amiga de Portugal). Por ordem dele os países europeus não podiam fazer negócios com os ingleses. Temendo uma guerra devastadora e a invasão, D. João VI transferiu a Corte portuguesa para o Brasil. Assim, Portugal passou a ser governado “à distância” e o Brasil recebeu inúmeras obras modernizadoras, o que modificou completamente a colônia brasileira.
Em 1808 D. João determinou a abertura dos portos brasileiros, beneficiando a Inglaterra e incrementando muito os negócios por aqui. Durante anos Napoleão comandou o bloqueio, mas seu poder acabou com a derrota em 1812, no campo de batalha, contra (imagine!) a Rússia!
Resumindo a história, o bloqueio napoleônico contra a Inglaterra acabou trazendo incontáveis benefícios ao Brasil da época, que se tornou mais moderno e integrado ao comércio mundial. Tudo isso contribuiria, mais tarde, para a nossa independência. Mas isso já é outra conversa...