O filme sul-coreano ‘Parasita’ está dando o que falar, e é uma das favoritas dos amantes de cinema. A dramédia levou quatro estatuetas – dos seis que estava concorrendo – na 92ª edição do Oscar, ocorrido no domingo, 09 de fevereiro, em Los Angeles/EUA. 

Parasita se tornou a primeira ganhadora não falada em língua inglesa a vencer como Melhor Filme. A produção, também marca o ano em que o Oscar mudou o nome da categoria filme em língua estrangeira para filme internacional, rompendo dessa forma uma barreira universal da linguagem. Dentre os prêmios ganhos está Roteiro Original, Diretor, Filme Internacional e aquele mais concorrido, Melhor Filme.

O enredo é sobre a família de Ki-taek. Todos desempregados, estão aninhados no estrato mais baixo da sociedade coreana, vivendo num porão sujo e apertado – é um cubículo abaixo do nível do asfalto, em que a única janela mal alcança a rua e os bêbados insistem em ali se aliviar, aumentando desta forma a sensação de sujeira e degradação.
Uma obra do acaso faz com que o filho adolescente da família, Ki-Woo, comece a dar aulas de inglês à filha do milionário Donk-Ik Park, ou seja, aqueles que representam a elite endinheirada do país. Fascinado com a vida luxuosa da família, aos poucos pai, mãe e filha se infiltram também na família burguesa, um a um.

A primeira metade do filme, Bong Joon-Ho – diretor – costura sua crítica às diferenças de classe com habilidade, sem esfregar suas convicções políticosociais em cada cena. No entanto, o filme dá uma guinada nervosa para mostrar até onde um indivíduo é capaz de ir para manter o sentimento de pertencer, de ser visto, de ser alguém – mesmo que seja em uma estrutura baseada em mentiras.

Parasita é considerado um filme perigoso. A filmografia de Bong Joon-Ho não esconde sua forte veia anticapitalista.

A classificação é de 16 anos, por conter violência, atos criminosos e conteúdo sexual.