Conheço quase todos os desníveis da Avenida Expedicionário
Weber. Justiça seja feita, já foram maiores e em número superior.
É que, como morador do Bairro Cruzeiro, mas trabalhando
no centro de Santa Rosa, faz mais de 40 anos que transito pela
avenida que leva o nome de um herói da 2ª Guerra Mundial, o
militar Norberto Henrique Weber, santa-rosense que, como voluntário,
deixou sua terra natal para, em Montese/Itália, derramar
seu sangue em defesa da democracia na condição de integrante
da FEB que combateu o nazifascismo, união política e ideológica
entre a Alemanha e a Itália.

O Coronel Vladimir Fernando Dalla Costa Ribas, em seu recente
livro Cabo Weber Herói Santa-Rosense e do Brasil, conta a trajetória
do Pracinha Weber. Mais que isso, faz um resgate histórico
que Santa Rosa estava devendo a um dos seus filhos mais ilustres.
Li o livro. É uma excelente fonte de pesquisa. Parabéns, Ribas!
Com a permissão do autor, transcrevo, até para que a história não
se repita, a seguinte passagem: “Na Alemanha, a grande crise
econômica e a desestabilização política criaram as condições que
permitiram Adolf Hitler chegar ao poder, ...”

Sobre a Avenida Expedicionário Weber, o jornal Noroeste veiculou
dia 03/06 matéria, dizendo: a “Vegetação do canteiro da Weber
será retirada”. Correto. Mas não só a vegetação; arbustos e árvores
também. Está mais do que na hora de dar à avenida funcionalidade
compatível com as leis do trânsito, bem como transformá-la em
cartão de visita. Nesse norte, já tinha preparado um texto em três
pilares: (a) o Expedicionário Norberto Weber, orgulho do Município,
merece uma avenida de flores permanentes; (b) a avenida que
margeia, em parte, o Tape Porã, destoa do estereótipo de beleza
da nossa magnífica maior praça longitudinal; (c) a segurança dos
motoristas e pedestres é dificultada pelas árvores e arbustos
existentes no seu canteiro central.

A avenida liga dois núcleos populacionais da cidade. Sugestão
para reformular seu canteiro central, estava - friso - no meu radar.
Pensava apresentá-la pessoalmente ao prefeito Anderson Mantei,
porquanto não tenho seu contato. Agora, por óbvio, restou
prejudicada. Não importa. Aplaudo a decisão da Administração
Municipal tornada pública. Cidades como Gramado, Canela, Nova
Petrópolis, com os canteiros de suas ruas exalando perfume e
beleza naturais o ano inteiro, servem de inspiração. Ademais,
copiar o que deu certo a ninguém diminui.

Conheci a Av. Expedicionário Weber antes de saber por que da
sua denominação. Era uma estrada de chão vermelho que, em
dias de chuva, se transformava em pista de rally para motoristas.
Ante o clamor popular, numa extensão de 5 Km, foi calçada com
pedras irregulares, se não me engano, pelo prefeito Alfredo Carlson.
Mais tarde, o prefeito Antônio Carlos Borges a asfaltou. Mais
recentemente, o prefeito Alcides Vicini renovou todo seu asfalto.
Se lá atrás a reivindicação era o calçamento, uma vez calçada
a demanda passou a ser o asfalto. Aliás, no serviço público é
assim: satisfeita uma necessidade, surge outra igual ou superior.

Como vimos, quatro prefeitos (Carlson, Borges, Vicini e Mantei)
voltaram seus olhares para a Av. Expedicionário Weber. Não,
engano meu. O fio condutor da memória, para ancorar no herói
santa-rosense Norberto Weber, sintoniza cinco prefeitos - os quatro
já mencionados mais o Anacleto Giovelli que, por sugestão do
empresário Júlio Rauber (Vila Balneária), entusiasta produtor de
erva-mate pelo sistema barbaquá (sapecar galhos e folhas), plantou
centenas das aquifoliáceas na avenida. Mas como essas plantas
cresceram e envelheceram, passaram a dificultar a visibilidade
de motoristas e pedestres, afora a poluição visual.

Agora, até para não se repetir erros passados, Prefeito Mantei,
sugiro confiar a avenida a paisagistas. E, mais do que uma
sugestão, um pedido: que as árvores das laterais da Weber,
muitas decenárias, sejam preservadas. Elas são um patrimônio
do povo, pelas quais, especialmente pelos ipês amarelos, nutro
uma relação paterno-filial.