Na Itália, o encontro de Bolsonaro com uma das vítimas de Battisti

Publicado em 20/11/2021 06h00 - Atualizado há 2 anos - de leitura

O presidente Jair Bolsonaro, na viagem à Itália (anterior à viagem a Dubai) para participar da reunião do G20, recebeu aplausos e vaias. As vaias partiram de um grupo identificado com Cesare Battisti, o terrorista italiano que em 2007, com as bênçãos do governo brasileiro, se homiziou em nosso país depois de passar por outros países. No Brasil, desfrutou de liberdade irrestrita que, na Itália, negou a seus adversários, os quais tratava como inimigos. Isto é, eliminava-os em nome da causa comunista. A farra cessou quando Bolsonaro assumiu a chefia do Executivo. Cumprindo promessa eleitoral de campanha, extraditou Battisti. Só para lembrar, o STF já havia autorizado sua extradição, mas, como a palavra final é do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, no último dia do seu mandato presidencial (31/12/2010), concedeu asilo ao homicida, acolhendo parecer do seu ministro Tarso Genro, da Justiça.

Cesare Battisti, militante do grupo Proletários Armados pelo Comunismo, acusado na Itália pelo assassinato de quatro pessoas, foi processado e, condenado à prisão perpétua, fugiu até encontrar no Brasil um lugar seguro. Ora, no mínimo, o governo brasileiro deveria desconfiar de um membro de grupo armado pelo comunismo que lutava pela barbárie. Agora, extraditado pelo atual governo, ao passar a cumprir a condenação, Battisti admitiu ter participado de dois homicídios como executor e de outros dois como mandante, além de ter ferido três outros, que antes - como é comum aos malfeitores - negava. Causa espécie que esses crimes eram do pleno domínio das autoridades brasileiras. No entanto, ignorando provas preclusivas, o governo considerou Battisti um perseguido da Justiça italiana, razão para negar sua extradição. Agora, consumada a extradição, Lula admitiu que a sua decisão foi um erro. Agora, senhor ex-presidente! Isso soa desculpa conveniente.

Na estada na Itália, uma homenagem comoveu Bolsonaro. Foi a de um cadeirante, vítima do militante dos Proletários Armados pelo Comunismo. Seu sonho era vir ao Brasil agradecer ao presidente da República pela extradição de Battisti. Não precisou. Lá se encontrou com Bolsonaro, abraçando efusivamente o presidente. A vítima, hoje um senhor grisalho, aos 15 anos foi baleado por Battisti, ele e seu pai no mesmo atentado. O filho, carregando sequelas irreversíveis, sobreviveu; o pai, não. O ex-primeiro-ministro da Itália e atual senador, Matteo Salvini, pediu desculpas ao Brasil pelos italianos que fizeram a manifestação contra o presidente, para ele, “pessoas que odeiam Bolsonaro por ter extraditado Battisti”. Ora, o que esperar de pessoas que, pela “causa”, acham justo matar? Eles são a lei, e ainda encontram seguidores.

Bolsonaro também visitou o cemitério de Pistoia, local em que foram enterrados os 467 brasileiros que, na 2ª Guerra Mundial, como “pracinhas” da FEB contra o nazismo, tombaram. Um desses heróis é o cabo santa-rosense Norberto Weber, que emprestou seu nome à avenida mais longa da cidade (Av. Expedicionário Weber, Centro - Bairro Cruzeiro), em justa homenagem de Santa Rosa a seu ilustre filho. A propósito, a concessão de títulos honoríficos, edificações de estátuas em locais públicos, denominação de logradouros públicos, muitas vezes me intrigam. É quando pessoas com relevantes serviços prestados, são ignoradas. Uma das causas, mas não a única, é que as leis pertinentes, embora nobres no seu espírito, guardam subjetividade.

Os restos mortais dos 467 heróis brasileiros, inclusive os do cabo Norberto Weber - o que me foi confirmado pelo cineasta Anderson Farias - foram transferidos mais tarde para o Monumento ao Pracinha no Aterro do Flamengo, no RJ, restando no cemitério da cidade de Pistoia a relação dos soldados sepultados durante a 2ª Guerra Mundial e um corpo de brasileiro achado mais tarde e não identificado.

 Certa feita, ao passar por Pistoia, pretendi visitar o seu cemitério, mas o exprimido roteiro da viagem não permitiu. Já o Dr. Norton Goulart, segundo me falou, visitou o cemitério da cidade italiana, encontrando, como funcionário do campo-santo, um filho de soldado brasileiro que, encerrada a 2ª Guerra Mundial, casou com italiana e lá ficou.

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