Em 16/07/21, sob o título Assim o Musicanto não vai a lugar algum, escrevi: “Coisas incomparáveis não se compara. Por exemplo, comparar o Musicanto (evento cultural) com a Fenasoja (evento econômico). No entanto, a Fenasoja ... Enfim, o Musicanto parece ser o novo patinho feio, rejeitado... se revelou ... um belo cisne (...).

... O que não pode é um evento cultural que transborda os muros do Brasil ... ser relegado ...”

Em 06/08/21, sob o título A Coxilha canta. O Musicanto emudece, escrevi: “As dificuldades da época para esse tipo de promoção ... eram imensas. Não havia ...

Em suma, com a cara e a coragem, Santa Rosa inovou e, inovando, surpreendeu. Formatou um evento que não só se irradiou para além das fronteiras do RS ...

Passados 38 anos, como gostaria de, no dia 10 de agosto, ouvir o Musicanto cantar Santa Rosa! Pois é ..., mas neste ano não dá mais. Não há tempo. E no ano que vem? Também não. Segundo a Fenasoja, somente em 2023. Nossa! Isso frustra qualquer projeto de elevar o Musicanto à condição de Patrimônio Imaterial da Humanidade ...”

Em 20/08/21, sob o título Do Hortigranjeiros ao Musicanto, escrevi: “... Pensando no seu futuro, cito um exemplo: em 2009, quando o Município renovava o contrato com a Corsan, como presidente da Oscip/Musicanto sugeri a inserção de cláusula que obrigasse a estatal a destinar, pelo tempo ... do contrato ..., de R$ 50 mil a R$ 100 mil/ano ... para o Musicanto. Daí, embora com redação diversa ..., mas sem excluir o Musicanto, nasceu o Inciso XXIX na Cláusula 23 ...”

Em 31/12/20, sob o título Chamamé: patrimônio da humanidade, que, por razões que você vai entender, quebrei a ordem cronológica dos meus artigos, escrevi: “A Argentina, que já tinha o tango ..., acaba de ter também o chamamé declarado Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade, pela Unesco ... No Brasil, são cinco: ...

(...)

Ao tempo em que aplaudo a nova láurea do chamamé, sonho com o Musicanto - festival com história e raiz; na liberdade para a criação, definido pelo saudoso Sérgio (Jacaré) Metz como “terrivelmente democrático” - também agraciado pela Unesco. A arte e a cultura ... que incensaram o chamamé, também poderão incensar o Musicanto.

Em meio à pandemia, encontro no chamamé ... um destaque positivo em 2020. Para 2021, meu sonho, além do extermínio do vírus, é ver o Musicanto ungido à condição análoga à que a Unesco conferiu ao chamamé.”

Lembro a data em que registrei o feito histórico de Corrientes/Argentina: 31/12/2020. Portanto, faz oito meses. Lembro, ainda, para o apelo que consignei naquele artigo: ter o Musicanto, a exemplo do chamamé, reconhecido pela Unesco (ONU) como patrimônio cultural da humanidade. Uma ideia difícil de realizar? Sim. Impossível? Não. A propósito, não conheço maratonista que tenha subido ao pódio sem antes ter percorrido o 1º dos 1.000, 2.000 metros da maratona.

À sugestão que fiz, Santa Rosa fez ouvidos moucos. Já Uruguaiana se mobilizou. É o que registra o jornalista Juarez Fonseca no dia 03/09/21, sexta-feira, em Zero Hora, sob o título “Califórnia da Canção: Patrimônio da Unesco? O que propus para Santa Rosa em 31/12/20, sem eco, Uruguaiana abraçou. Está montando seu processo. Toda a matéria está na página (ZH) do jornalista mais importante do RS sobre temas culturais, várias vezes jurado do Musicanto.

Juarez Fonseca, com sua visão larga sobre a cultura - inclusive como indutora econômica - encerra a matéria sobre o projeto da Califórnia junto à Unesco dizendo: “Como eu digo, o reconhecimento não significa apenas aplausos, mas dinheiro também, para projetos culturais bem formulados. Não é sonhar muito alto, é ...

Infelizmente, o cavalo encilhado (figura de linguagem que uso em homenagem à Semana Farroupilha) passou por Santa Rosa sem ser percebido, mas não para Uruguaiana. Para Santa Rosa, o Musicanto é o patinho feio. Para Uruguaiana, a Califórnia da Canção é o magnífico cisne.