Agora é oficial: Santa Rosa é o Berço Nacional da Soja

Publicado em 09/05/2022 10h46 - Atualizado há 2 anos - de leitura

Agora é oficial: Santa Rosa é o Berço Nacional da Soja

O título - Berço Nacional da Soja - Santa Rosa já ostentava de fato, com alguma restrição. A partir do projeto do deputado Gerônimo Goergen (PP), aprovado pelo Congresso Nacional, passou a ostentar o título, também, de direito. A FENASOJA, que nasceu grande e, de 1966 para cá, muito cresceu e ampliou seus tentáculos, seguirá sua marcha normal. O diferencial, doravante, é a cidade que sedia a Feira ser portadora de um título com contornos de NOBREZA. Aliás, esse diferencial me traz à memória outra lembrança: a sugestão que fiz aqui - simplesmente ignorada - de pleitear junto à UNESCO, órgão da ONU para a Educação, a Ciência e a Cultura, o reconhecimento do MUSICANTO como Patrimônio da Humanidade.

Voltando a um passado que vivi, peço permissão para citar duas pessoas, sem ignorar tantas outras que transformaram a soja em grão de “ouro”: (i) Benjamin Giovelli e (ii) Willy Klaus. O 1º, o meu pai, pequeno agricultor no município de Santo Ângelo, pelo seu pioneirismo naquela região, nos anos de 1950, ao agregar, à agricultura de subsistência da época, o cultivo da soja. Embora criança, lembro aquelas leguminosas com palhas amarelentas, diferentes de hoje em decorrência de cruzamento e melhoria genética. Como as primeiras sementes da oleaginosa chegaram lá, não sei. Soube, já adulto, que tudo começou em Santa Rosa com o Pr. Lehenbauer. O 2º, um pensador, presidente das duas primeiras edições da Fenasoja. Com efeito, eram várias coordenadorias subordinadas à Comissão Central, esta, na 2ª Feira, assim constituída: Presidente, Willy Klaus; Vice-presidentes, Camilo Beltrame, Pedro Carpenedo e Edegar Dessuy; Tesoureiro, Clélio Brandão; Secretário, Aquiles Giovelli.

Sobre a 2ª Fenasoja, realizada em 1974, uma inconfidência: a tarefa mais difícil a mim confiada pelo presidente Willy Klaus, um perfeccionista, foi a de elaborar seu discurso de abertura oficial da Feira, que ocorreu com a presença do governador Euclides Trichês. Willy pensava a Fenasoja um laboratório de ideias e debates sobre agricultura, pecuária, máquinas agrícolas etc, temas predominantes em seu pronunciamento. Ele acreditava na força das ideias. Foi, ainda, o indutor da compra da 1ª área do Parque de Exposições (10,8 hectares) pelo prefeito Alfredo L. Carlson.

Ainda bem que Willy, o idealizador da Fenasoja, deixou um repositório das 15 primeiras edições da Feira em seu livro - pouco difundido - SOJA Sua Fantástica História. Entre outras, na p. 283 registra a reação dos agricultores na 1ª reunião, em 1931, com o Pr. Lehenbauer sobre a soja, que chamavam nova variedade de feijão: “Se o feijão não tem preço, como quer o pastor que plantemos outro que dá muito mais.” É, também, da sua obra, a informação de que as sementes recebidas pelo Pastor vieram de duas fontes (p. 274), a saber:

“A 1ª remessa, cerca de dois quilos, foi efetuada por Ana Fischer, irmã do benfeitor, da Austrália em 1931, e era variedade aqui denominada de amarela comum do Rio Grande e foram distribuídas para quatro agricultores: Gustavo Bessel, Bruno Schwartz, Manoel Brackmann e João Muller de Linha Abrantes.

A 2ª remessa, na quantidade de dois sacos foi remetida dos EUA por tios e irmãos do religioso, no ano de 1932, depois que os remetentes das sementes, como no caso anterior, enviaram correspondências diversas realçando as maravilhas do feijão soja, que dava leite e farinha e era importante para os animais. A motivação exercida pelos parentes tocou a sensibilidade do pastor, o qual aceitou a sugestão.”

Conforme Teresa Christensen, historiadora, nordestina aqui radicada, o Pr. Lehenbauer “distribuiu soja entre agricultores que mal imaginavam o potencial da cultura ... Era o início de um ciclo econômico sem precedentes da história do Brasil.”

Amanhã, estará na Fenasoja Jair Bolsonaro, depois de 41 anos de jejum presidencial. A Fenasoja 2022 é sucesso. A presença de Bolsonaro será a apoteose da Feira.

Por fim, minha relação com a Fenasoja: intensa quando ela ainda engatinhava, continuou afetiva, às vezes, institucional. Por exemplo, o Projeto 2.408/92, que oficializou a transformação da Fenasoja em pessoa jurídica, de iniciativa do prefeito Alcides Vicini, foi por mim elaborado. Com ajudas, é claro.

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